Amanheceu o dia em Whistler com a certeza de sol e temperatura mais alta. Preparamos todas as mochilas de trekking e dividimos a comida para todos. Deixamos os dormitórios as onze e chegamos ao nosso ponto de partida, próximo do meio dia. Antes de começarmos uma baixa, o Gabriel esqueceu sua injeção e teve que voltar com um monitor. Seguimos em frente e foi uma caminhada muito difícil, com várias paradas para descansar e recuperar o fôlego. Andamos mais de oito quilometros, em uma média de quatro horas, subindo a trilha que no levaria até a área do Helm Creek Campground. Noventa por cento deste percurso é de subida íngreme, o quer dizer que, alguns se superaram (e muito) para chegar. Mas a alegria de completar o percurso foi muito grande. Um lugar lindo aberto e com as montanhas bem pertinho, cobertas de neve. E como tinha pernilongo! Meu Deus! Era uma alegria grande ao ver todos completando o percurso, inclusive o Gabriel, que nos alcançou depois.
No dia seguinte, saímos antes do meio dia e caminhamos mais nove quilômetros, num trecho com neve, um pouco de subida no começo, mas muitos trechos de descida em direção ao próximo lugar de acampar. Quem não estava fisicamente preparado foi um pouco mais devagar, mas todos conseguiram. A vista do Garibaldi's Lake é incrível. A água é azul turquesa. Levamos por volta de quatro horas chegar. Logo depois já arrumamos as barracas e depois o jantar. Todos estão cansados mas felizes. Alguns garotos estão adorando a idea de não tomar banho. Já as meninas....
No terceiro dia o trecho foi basicamente descida. Por nove quilômetros caminhamos. Alguns com bolhas, outros com dor nos joelhos, outros nas costas e por aí vai. Brinquei com a Amanda, que parecia que levava uma geladeira nas costas e ela com uma mochila nas costas e uma tenda nos braços, completou: " E eu ainda tô levando o microondas! ". Fizemos todos em menos de três horas! O Fernando fechou a turma e é possível ver o cansaço dele na foto.
Eu fiquei muito contente e feliz por todos eles. Quando acampamos nos damos conta como precisamos da ajuda de alguém. Seja para caminhar, fazer comida, dividir a tenda... A Camila por exemplo, apesar de estar muito cansada lavou a louça toda do jantar no primeiro dia. No segundo quando chovia, o monitor pediu um voluntário para pegar água e ela de novo levantou a mão.
Pra encerrar, vou relatar o que o counseler Manpal disse a eles na chegada: "Estou muito orgulhoso de vocês! Ninguém desistiu ou chorou. E mesmo aqueles que não gostaram nada, aprenderam que conseguem, são capazes de fazer algo, mesmo que não gostem". Foi uma bonita lição. Talvez eles entendam tudo quando voltarem para casa.
